Quinta, 14 Abril 2016 09:12

Piracicaba recebe a ópera “O empresário teatral”

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Quem pensou que iria ao teatro sentar e ouvir uma ópera longa, tradicional, se deparou com uma apresentação popular. A ópera “O empresário teatral”, de 1786, apesar de ser bastante conhecida, foi totalmente recriada. A obra integra a programação de eventos Unicamp Ano 50 e foi a vez de Piracicaba receber, com apoio da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), o concerto da Orquestra Sinfônica da Unicamp, com os musicistas do instituto de Artes, no Teatro do Engenho (Erotides de Campos), na noite terça-feira, dia 12. Os músicos também foram presenteados com a presença do ilustre compositor, arranjador, professor e maestro Ernst Mahle.O espetáculo contou com participação maciça do público de Piracicaba e de professores, funcionários, alunos e familiares.

A maestrina Cinthia Alireti falou da importância de estar à frente de um trabalho inovador e fazer parte das comemorações dos 50 anos da Unicamp. “Fazer um espetáculo como esse é um trabalho que agrega tanto aos nossos profissionais, da orquestra, quanto aos alunos e cria um certo clima de laboratório para os meninos. Eles aprendem muito com tudo isso. Para gente é uma experiência apresentar um repertorio, que apesar de ser um espetáculo bastante conhecido, nós refizemos toda a obra. Toda parte teatral foi readaptada. É uma obra que serve para todos os públicos. Mais acessível”, explica.

 

 

A coordenadora-geral do Unicamp Ano 50, professora Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano, que na oportunidade representou o reitor, professor José Tadeu Jorge, falou da honra de levar para Piracicaba a Orquestra. Não é uma orquestra usual. É uma orquestra jovem, de uma jovem universidade. Perto das grandes universidades no mundo é uma universidade bebê, que completa, no dia 5 de outubro de 2016, 50 anos.  É uma orquestra escola, que atua de uma forma especial e inovadora”. A docente ainda fez um breve resumo das comemorações realizadas e destacou a interação da FOP e da prefeitura de Piracicaba para a realização do espetáculo, além do empenho daqueles que tiveram participação na direção e produção do espetáculo, a maestrina Cinthia, o diretor de cenográfica André Saboya e do diretor de canto Ângelo Fernandes. “Estamos muito orgulhosos desse corpo de arte que está sendo gerado nos últimos anos, inovador, criativo e com a participação dos estudantes de graduação e pós-graduação”, disse.

“É muito gratificante receber um evento com a Orquestra Sinfônica da Unicamp em comemoração aos 50 anos da Universidade no campus de Piracicaba e iniciar as atividades comemorativas dos 60 anos da FOP, que serão completados em abril de 2017. “A FOP é a unidade da Unicamp mais antiga, criada antes mesmo da Universidade. É um orgulho para todos nós da FOP e um presente para a cidade de Piracicaba”, comentou o diretor, professor Guilherme Elias Pessanha Henriques.

Para o professor de canto Ângelo José Fernandes, do departamento de música, do Instituto de Artes, e diretor do Ciddic, é um sonho trabalhar em um espetáculo como esse. O mercado da ópera é mais promissor do que a mercado da música de câmara – música erudita composta para um pequeno grupo de instrumentos ou vozes. Sempre tive a preocupação de que meus alunos tivessem o melhor preparo possível para o mercado de trabalho, além de propiciar um treinamento e habilitação de um cantor de uma forma completa. É desafiador, nem todos os alunos conseguem chegar nesse ponto. Contudo, temos conseguido com bastante sucesso treinar esses cantores para que atinjam um nível técnico alto e também um nível artístico, que envolve não só o canto, mas também a encenação e atuação”, contou. Embora a ópera seja um espetáculo muito caro, o fato de serem visuais ainda atraem muito público. Qualquer ópera hoje no brasil tem bilheterias lotadas. As pessoas gostam de assistir porque tem essa interação entre música e teatro.

 

André Saboya, diretor cênico, disse que o enredo do espetáculo, basicamente, fala da dificuldade em conseguir reunir tudo o que precisa para fazer uma ópera, que envolve a remuneração dos atores e muito ego. O empresário desiste de produzir o espetáculo de tanta confusão que dá para fazer uma peça, porque envolve muita vaidade e deixa a pergunta no ar: será que além de tudo vale a pena?