Quinta, 12 Maio 2016 08:22

Unicamp 50 Anos

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FOP sedia exposições de fotos “Líquidas e Cíclicas” e “As cores do campus”

A Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp abriga a exposição “Líquidas e Cíclicas”, de Antonio Scarpinetti, e “As cores do campus”, de Antonio Perri. A exposição, que se encontra no saguão superior do prédio principal, poderá ser visitada no período de 11 de maio a 11 de junho.

Líquidas e Cíclicas  é o estado físico da natureza: água, ar, terra e fogo. Estado da natureza no mundo moderno: simbiose e mutação. Desde a sua origem , o homem foi se relacionando com os elementos da natureza à sua maneira: construindo, destruindo, transformando e conhecendo.

Hoje, os quatro elementos nos remete a um cenário de exuberância e força, com novas formas e novas cores, mantendo em sua gênese a simplicidade e a sabedoria da natureza, com sua prodigiosa capacidade de perpetuação.

O que prevalece? A fluidez disforme criada pelo homem que liquefaz as fronteiras geográficas, religiosas, raciais e ideológicas em mudanças rápidas, constantes e permanentes.

 Esta Mostra Fotográfica tenta refletir um pouco este cenário liquefeito da modernidade, um ambiente fértil para o derretimento dos sólidos e a profanação dos sagrados, como dizia Marx (Manifesto Comunista), tudo isso para reter na consciência e na memória o valor da durabilidade num indivíduo sem vínculos, solto no mundo, cujo lugar é nele mesmo.

Mas a natureza mantém o comando de seu destino apontando os caminhos a seguir. Em sua ciência, mostra ao próprio homem a necessidade de recompor a sua utopia para mudar o estado das coisas, só assim retornará à origem da coexistência equilibrada, possibilitando a contemplação da estética e a transparência lúcida das águas. “A arte é a contemplação; é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que a natureza também tem alma”. (Auguste Rodin).

Texto: Miriam Saíki, socióloga e professora na Universidade São Francisco – USF

Antônio J Scarpinetti – jornalista e fotógrafo na Assessoria de Imprensa e Comunicação da Unicamp

As cores do campus

Somados, meus anos de convivência profissional com o amigo e fotógrafo Antonio Perri perfazem algo próximo de duas décadas, embora nossa amizade remonte ao final dos anos de 1970, quando nos encontrávamos, com relativa frequência, nos espaços que reuniam os jornalistas do Correio Popular e do Diário do Povo, no Centro velho de Campinas. Desnecessário dizer o quanto me honra esta amizade.

Tal afinidade abriu os flancos para uma relação fraterna que, invariavelmente, resulta em brincadeiras, sobretudo no calor do acabamento de edições do Jornal da Unicamp, do qual Perri é editor de fotografia. Nesses momentos, do refrigério que aplaca as tensões do “fechamento”, costumo chamá-lo de “poeta da luz e do enquadramento”.  Com sua modéstia habitual, Perri sorri, desconversa mineiramente, mas ele sabe que é exatamente assim que lhe vejo.

Há razões de sobra para o epíteto. Foram incontáveis as vezes em que Perri produziu obras memoráveis, tendo como cenário os lugares mais inóspitos e improváveis – da aridez da sala de aula ao laboratório sob luz fria. As coleções encadernadas e o arquivo virtual do Jornal da Unicamp são retratos emblemáticos dessa trajetória.

Embora esta seleção seja uma ínfima amostra de seu talento, nela estão, a exemplo do relicário profissional, obras-primas de Perri, o poeta da luz e do enquadramento. Alguém discorda?

 

Texto: Álvaro Kassab, editor do Jornal da Unicamp