Em muitos países já está regulamentado o uso prescrito por médicos do derivado da maconha para tratar de diversos tipos de doenças, tais como: náusea e vômito provocado pela quimioterapia do câncer; inapetência total que ocorre em algumas pessoas, como cancerosos em fase final e pacientes com AIDS. Também têm casos muito bem provados em que a erva pode diminuir a dor da esclerose múltipla. A declaração é do médico Elisaldo Carlini, especialista em Psicofarmacologia, que ministrou palestra na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, na tarde de quinta-feira (2).
Entre os países que regulamentam a droga para uso médico estão: os Estados Unidos (16 estados), Canadá, Alemanha, Inglaterra, Holanda, França, além de vários países europeus. Carlini acredita que a legislação brasileira precisa evoluir nesse sentido. “Ela tem que começar a pensar que esse é um medicamento que a Anvisa tem que examinar. Agora, recentemente, o medicamento está sendo alvo de um grande laboratório e possivelmente irão entrar com pedido para registrar o produto no Brasil”, disse.
O médico faz questão de deixar claro que o uso da maconha como medicamento não tem nada haver com abuso. Como exemplo, ele cita a morfina, que fora do uso médico produz centenas de casos de morte por overdose. “O médico deve levar em conta várias questões para receitar a droga como uso terapêutico. Muito raramente o medicamento produz dependência,” revela Carlini.
Segundo o especialista, o uso da maconha como qualquer outro medicamento pode ser administrado para o ser humano sobre várias vias, como por exemplo, ingerir através de comprimido, o qual pode ser colocado na boca e esperar dissolver, entre outras formas.
Embora a palestra tivesse como foco a maconha no uso terapêutico, o especialista deu sua opinião referente a uma questão que está sendo muito discutida no momento, a liberação da maconha. O especialista diz que é completamente a favor da descriminalização. “Quem usa maconha não é um criminoso. No máximo quem usa muito, é uma pessoa que pode ter problemas médicos, e como tal, deve ser tratado e não ser condenado”, disse. Entretanto, é contrário a liberação.