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Quarta, 25 Novembro 2015 15:41

Evolução do Curso

Evolução do Curso

HISTÓRICO DO CURRÍCULO DO CURSO DE GRADUAÇÃO

A Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) foi criada em 1955, através da Lei nº 2.956, de 20 de janeiro de 1955, como Instituto Isolado de Ensino Superior, com a antiga denominação de Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba. Seu funcionamento foi autorizado pelo Decreto Lei Federal nº 41.781, de 04 de julho de 1957.

Em 1958, através da Lei nº 5014, de 04 dezembro de 1958, foi estabelecida a estrutura didática e administrativa da Faculdade e em 1961 foi reconhecida pelo Governo Federal, através do Decreto Federal nº 50967 de 17 de julho de 1961.

Oficialmente a Faculdade iniciou suas atividades em 21 de abril de 1957. O primeiro vestibular para ingresso ao Curso de Odontologia foi realizado de 12 a 19 de julho de 1957. Funcionou como Instituto Isolado do Sistema Estadual de Ensino Superior até 1967, quando, a partir de 31 de janeiro de 1967, passou a integrar a Universidade Estadual de Campinas-Unicamp, através da Lei nº 9715, com o nome de Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas.


Evolução do Curso

HISTÓRICO DO MODELO CURRICULAR

Depois de alguns anos, havia um clima de insatisfação em relação a todo o processo educacional adotado pela faculdade, motivado por vários fatores: expansão do número de alunos, ausência de objetivos claros para definir a conduta e as destrezas finais do profissional, falta de integração entre as disciplinas básicas e as de aplicação clínica, identificação de falhas de aprendizagem nas fases anteriores à clínica integrada, causando contradições entre o aprendizado anterior e a atuação dos alunos e docentes na mesma.

Para tentar resolver o problema, em 1974 a Diretoria da FOP instituiu um grupo de trabalho composto por 12 docentes, para estudar os problemas do ensino odontológico. Este grupo apresentou as seguintes conclusões sobre o estudo:

  • Não havia controle sobre a qualidade e capacidade do profissional formado;
  • Necessidade de melhorar a capacitação do corpo docente na área de metodologia do ensino;
  • Necessidade de promover uma reestruturação curricular;
  • Qualquer tentativa de reestruturação só teria sucesso se contasse com a participação da maioria do corpo docente.

Estabeleceu-se como norma a realização de seminários semestrais do corpo docente, preparados pelo grupo de trabalho instituído pela FOP. Iniciou-se então o Projeto de Reestruturação curricular, com a seguinte filosofia:

  • a atuação do profissional centrada no homem, como um todo bio-psico-social;
  • o processo educacional centrado no aluno.

Para atender ao primeiro ponto, foi definido o objetivo educacional do curso (o perfil do profissional a ser formado), e atendendo ao segundo item, decidiu-se adotar o planejamento do currículo por objetivos, no qual se descreve o comportamento a ser demonstrado pelo aluno ao término da experiência de aprendizagem, ao invés de descrever a atividade do professor.

Em seguida, resolveu-se que a filosofia básica do ensino odontológico seria a integração dos vários assuntos a serem tratados pelas disciplinas. Primeiramente, estabeleceram-se três grandes áreas: Clínica, Pré-Clínica e Complementar, cada uma composta de conteúdos de diferentes disciplinas. A integração iniciou-se pela formação de uma única Clínica Integrada, eliminando-se as clínicas especializadas. Assim, o processo de integração teve início na área Clínica (todas as atividades práticas clínicas), retroagindo para atingir a área Pré-Clínica (todo o conteúdo necessário, de modo imediato, às atividades clínicas) e finalmente para a área Complementar, composta por todo o conteúdo biológico e social não diretamente ligado à Clínica, mas necessário à formação do cirurgião-dentista.

Foi feita então a análise de funções e tarefas clínicas da atividade odontológica total e a delimitação das funções correspondentes ao perfil do egresso e as que foram delegadas a pessoal auxiliar ou a especialistas. Dessa análise, derivaram-se os objetivos gerais, os pré-requisitos e os objetivos específicos que abrangem todo o conteúdo programático para a formação do cirurgião-dentista.

Paralelamente a essas atividades, foi preciso estabelecer uma “linguagem e atitudes comuns” entre os docentes para a eficiência do processo de ensino/aprendizagem, o que foi chamado de calibração. Isto foi necessário porque, embora a especialização do corpo docente promova o progresso científico e tecnológico, pode causar distorções na formação de recursos humanos, como a organização de compartimentos estanques (disciplinas especializadas) sem uma intercomunicação de conhecimentos. É comum a colocação de pontos de vista diferentes, ou mesmo divergentes, entre professores de especialidades afins, para a resolução de um mesmo problema clínico.

Todo esse processo permitiu a eliminação de muitas diferenças de pontos de vista dos docentes em relação a um mesmo assunto, proporcionando um melhor entendimento entre eles e oferecendo maior segurança aos alunos. Nos seminários semestrais, o corpo docente teve oportunidade de avaliar, decidir as mudanças necessárias e trocar informações sobre o andamento das atividades de ensino. Nos períodos entre os seminários, o Grupo de Trabalho operacionalizava as decisões tomadas e assim a reestruturação teve continuidade. É um processo dinâmico que continua até hoje.

Na Área Clínica foram organizadas 4 disciplinas: Clínica Odontológica l a IV, do 5o ao 8o semestres do curso. Nestas disciplinas não há nenhum conteúdo programático; apenas prática clínica e discussões de casos. O aluno é avaliado pela quantidade e qualidade das tarefas, número de pacientes atendidos e terminados, bem como o grau de independência que adquire, particularmente no último semestre. Dentro do horário destas disciplinas, os alunos atendem em forma de estágio às clínicas extramurais.

A Área Pré-Clínica foi dividida em 10 disciplinas sequenciais, nas quais é ministrado todo conteúdo relacionado com a prática clínica, tanto no domínio cognitivo como no psicomotor. Este último é desenvolvido em práticas de laboratório, através de modelos e manequins e na própria clínica, executando algumas tarefas em pacientes da clínica.

A Complementar foi subdividida em Área Básica Biológica e Área Social, ministradas nos 3 primeiros semestres do curso.

Essa área passou pelas seguintes reformulações:

1978 1980 1985 1990 2005
Morfologia I e II
Bioquímica I e II
Fisiologia e Biofísica I e II
Microbiologia
Patologia
Farmacologia
Biologia Humana I e II
Sistemas de Agressão e Defesa do Organismo I e II
Morfologia I e II
Ciências Fisiológicas I e II 
Sistemas de Agressão e Defesa do Organismo I e II
Anatomia Geral I e II
Histologia Geral I e II
Bioquímica
Microbiol. Geral
Genética
Fisiologia e Biofísica
Farmacologia
Imunologia
Patologia Geral
Biociências I e II
Microbiol. Geral
Genética
Imunologia
Patologia Geral

Na Área Social, a parte do conteúdo que não foi integrado à Pré-Clínica ainda permaneceu como disciplinas antigas: Bioestatística, Psicologia, Odontologia e Saúde Pública, Odontologia Legal e Deontologia que foram depois reformuladas.

A Área Social também realizou reformulações:

1979 1982 1994 1996 1998 2004
Odontol. Prev. I e II
Odontol. Legal e Deontologia
Psicologia
Bioestatística
Educação Física
Estudo de Probl. Brasileira
Odontol. Preventiva e Saúde Pública
Odontol. Legal e Deontologia
Psiocologia
Bioestatística
Educação Física
Estudo de Probl. Brasileira
Odontol. Preventiva e Saúde Pública
Odontol. Legal e Deontologia
Orient. Profissional e Educação para a Saúde
Psicologia
Bioestatística
Educação Física
Estudo de Probl. Brasileira
Odontol. Preventiva e Saúde Pública
Odontol. Legal e Deontologia
Orient. Profissional e Educação para a Saúde
Psicologia
Bioestatística
Educação Física
Estudo de Probl. Brasileira
Odontol. Preventiva e Saúde Pública
Odontol. Legal e Deontologia
Orient. Profissional e Educação para a Saúde
Psicologia
Bioestatística
Odontol. Preventiva e Saúde Pública
Odontologia Social I e II
Bioestatística e Metodologia da Pesquisa
Monografia

O que era de início apenas um projeto de reformulação ou de ajuste de um currículo para superar problemas crônicos detectados, transformou-se num processo mais arrojado, o de transformar o modelo tradicional em um modelo inovado de Educação Odontológica, com o objetivo de formar profissionais mais aptos a atender as várias camadas sócio-econômicas da população.


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ESTRUTURA CURRICULAR ATUAL

O modelo curricular atual seguido no Curso de Graduação é de natureza interdisciplinar e interdepartamental, com programas integrados de ensino distribuídos da seguinte maneira:

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano
Biociências I Patologia Geral Pré-Clínica VII Pré-Clínica X
Biociências II Pré-Clínica III Pré-Clínica VIII Odontologia Social I
Genética Pré-Clínica IV Pré-Clínica IX Odontologia Social II
Imunologia Pré-Clínica V Odontol. Preventiva e Saúde Pública Monografia
Microbiol. Geral Pré-Clínica VI Clínica Odontol. Integrada I Clínica Odontol. Integrada III
Bioestatística e Metodologia da Pesquisa -- Clínica Odontol. Integrada II Clínica Odontol. Integrada IV
Pré-Clínica I -- -- --
Pré-Clínica II -- -- --

Legenda

Área Básica Área Pré-Clínica Área Clínica Área Social

A filosofia de trabalho na Clínica Odontológica é a seguinte: o aluno aplica de forma integral os conhecimentos adquiridos e as habilidades desenvolvidas previamente, nas diferentes disciplinas do curso, visando adquirir vivência clínica, a fim de que possa diagnosticar, planejar, executar e avaliar casos clínicos, constituindo esta, a última etapa de formação do Cirurgião-Dentista. Desta forma, os objetivos da Clínica Odontológica necessariamente convergem para os objetivos gerais da FOP.


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AVALIAÇÃO DO CURRÍCULO

Visando a melhoria da qualidade do ensino e a obtenção de informações sobre o desenvolvimento do curso, durante os oito semestres, o corpo docente e respectivas disciplinas, são avaliados através de questionários respondidos pelos alunos. Da mesma forma, ocorrem avaliações semestrais, a respeito das condições de trabalho em aulas teóricas e laboratoriais, possibilitando um mapeamento completo e dinâmico do processo de ensino.

Os alunos também fazem a sua auto-avaliação, para que se possam identificar outros fatores que possam interferir no seu aprendizado. Os relatórios elaborados apresentam o ponto de vista do aluno em relação ao curso em forma de sugestões e/ou críticas para a melhoria do ensino.

Os dados coletados nessas avaliações são analisados e com base neles, são realizadas reuniões com o corpo docente para análise e discussão dos relatórios, planejamento e implantação das reformulações que forem necessárias. Quando necessário, são feitas as reformulações e/ou ajustes no currículo, num processo dinâmico e contínuo.


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ALTERAÇÕES CURRICULARES FUTURAS

Atualmente, estão sendo realizados estudos para a implantação do curso de graduação em cinco anos, já obrigatório para as instituições federais (Resolução CNE/CES Nº 02, de 18 de junho DE 2007) e, provavelmente, também o Conselho Estadual de Educação adotará a medida. A FOP estará, assim, seguindo a tendência das demais faculdades públicas de São Paulo (USP e UNESP).

Com 5 anos para formar o aluno, há condições de propiciar maior disponibilidade de tempo para o que o aluno possa:

  • Estudar
  • Atender às normas exigidas no curso, especialmente quanto à esterilização de materiais e instrumental, entrega de trabalhos protéticos, etc.
  • Realizar sua iniciação científica com maior qualidade
  • Participar no programa PAD
  • Aperfeiçoar-se em determinada área de conhecimento (por meio de disciplinas optativas ou da própria iniciação científica)
  • Participar de atividades de lazer
  • Atender às necessidades básicas do cotidiano

A qualidade do processo ensino-aprendizagem pode ser melhorada, com maior espaço de tempo para desenvolver o programa de formação profissional.

A previsão para a implantação do currículo é a seguinte: o processo deverá ser aprovado no início do primeiro semestre de 2011 (prazo máximo) para que se possa alterar o catálogo do curso para 2012, já com o novo currículo.

A primeira turma concluirá o curso em 2016.