Terça, 10 Novembro 2015 14:00

Destaque

Escrito por

Projeto Vigiflúor é um dos três finalistas do Prêmio Saúde

O projeto Vigiflúor: mapeamento da fluoretação da água no estado de São Paulo, desenvolvido pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, pelo Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Faculdade de Saúde Pública da USP) e pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/Unicamp (professor Jaime Aparecido Cury, Laboratório de Bioquímica),  é um dos três finalistas na categoria “Saúde Bucal” do Prêmio Saúde 2015 (http://www.premiosaude.com.br/finalistas). O trabalho vencedor será anunciado no dia 25 de novembro de 2015, no Teatro do Instituto Tomie Ohtake, na Cidade de São Paulo.

O Prêmio SAÚDE é uma iniciativa da revista SAÚDE e da Editora Abril que busca valorizar o empenho de quem pensa, luta e trabalha por um Brasil mais saudável. Prestigia projetos que vão de estudos em fase clínica a campanhas de prevenção, realizados por cientistas e profissionais de todas as áreas da saúde.

Como descrito no trabalho finalista do Prêmio Saúde, “a fluoretação da água de torneira é reconhecida como uma das maiores conquistas da saúde pública, capaz de conter o avanço da cárie dentária. Mas, para contribuir para o sorriso saudável dos brasileiros – que nem sempre têm acesso a tratamento na cadeira do dentista –, é fundamental que a concentração de flúor que chega à nossa casa venha na medida certa. Se for muito baixa, cai o potencial de proteção. Muito alta, pode provocar fluorose, condição marcada por manchinhas brancas nos dentes. Para garantir que o equilíbrio está sendo atingido – o desejado é ficar nos 0,7 mg de flúor por litro –, equipes de Odontologia de três instituições deram início a um mapeamento inédito. Este, que é o mais amplo levantamento do tipo já realizado no mundo, dá um panorama da situação nos 645 municípios do estado de São Paulo. O estudo analisou por três meses a condição da água que a população paulista vem bebendo e verificou que 30% das amostras estão com níveis inadequados de flúor – 14,5% abaixo da concentração recomendada e 14% acima. Trata-se de uma radiografia importantíssima para direcionar as ações dos órgãos de saúde pública na prevenção da cárie.”

O papel do laboratório de Bioquímica da FOP foi o de realizar a análise de íon flúor das quase 12.000 amostras coletadas, já que é referência nacional e mundial nesse tipo de análise. Além disso, o prof. Jaime Cury esteve envolvido na interpretação dos resultados obtidos, que apontam para a necessidade de adequação em alguns municípios, mas também demonstram a importância e a segurança da fluoretação das águas de abastecimento como medida de saúde pública no Brasil.

“Esse levantamento tem também uma importância política porque está tramitando em Brasília na Câmara dos Deputados um PL pela revogação da lei que regulamenta a fluoretação da água no Brasil (Lei no 6.050 de 24 de maio de 1974), o qual se espera que seja revogado tendo em vista a importância dessa medida para minimizar os problemas decorrentes da cárie dentária não só no estado de São Paulo, como em todo o Brasil”, destaca o prof. Jaime Cury.