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Terça, 16 Maio 2017 16:15

Docente da FOP participa do Pint of Science

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Piracicaba fez sua estreia no Pint of Science na noite dessa segunda-feira (15). Durante as três noites do festival, a população da cidade poderá participar de 22 apresentações que acontecerão em 3 locais, simultaneamente: Pizzaria ForLen, Restaurante Monte Sul (Centro) e Babbo Giovanni Piracicaba. A cada noite, de 2 a 3 temas atuais serão discutidos em áreas tão diferentes como genética, energia nuclear, fósseis, alimentação, nanotecnologia, mecânica e saúde. 

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No Restaurante Monte Sul, o professor Pedro Luiz Rosalen, da área de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, ministrou a palestra “Própolis: alimento ou medicamento? O pesquisador explicou que a própolis é um produto natural em que a abelha coleta resinas vegetais e utiliza na proteção da sua colmeia. É uma proteção contra a umidade, o vento e até contra os insetos invasores, esclarece o docente e, prossegue, por isso, recebe o nome de própolis, que do grego significa “Pró”, em favor de, e “polis”, da cidade. É uma resina que a abelha utiliza em favor da sua cidade”, explica o docente.

De acordo com o Rosalen, o homem, desde a antiguidade, observando essa utilização fantástica da abelha na natureza construindo sua cidade, também passou a fazer uso da própolis. Há registro na literatura mostrando que o ser humano já utiliza a própolis há milhares de anos para o bem estar social. Há relatos desde o antigo Egito onde o processo de mumificação se utiliza dessa resina para preservação, como a abelha usava para a preservação da sua cidade. Também há relatos na preservação de instrumentos musicais e no tratamento da madeira com a própolis.

A própolis é classificada em vários lugares. No Brasil, especialmente, é classificada pela legislação brasileira como alimento. Entretanto, é mais do que alimento, destaca o pesquisador. Pelas necessidades nutricionais, ela tem uma funcionalidade para causar bem estar físico e mental às pessoas contribuindo com a redução de fatores de risco de muitas doenças. Por isso, ela é além de alimento e não é uma droga convencional como um comprimido fármaco que é encontrado nos hospitais ou nas farmácias. “Ela recebe o nome de alimento funcional porque tem essa atividade de diminuir os riscos de muitas doenças”, esclarece.      

O professor Francisco Scaglia Linhares, que trabalha com genética molecular do desenvolvimento, no Centro de Energia Nuclear (Cena-USP), abordou o tema: O Alimento do seu Prato é Natural? Segundo o pesquisador, a maioria das pessoas tem uma concepção daquilo que é natural bem diferente da realidade. Os alimentos que tem no prato vem todos de um processo de manipulação genética que acontece há milênios junto com a sociedade, o que o pesquisador chama de domesticação. “Essa domesticação permite ascender o potencial genético das plantas. Um exemplo clássico dessa diversidade é o fato que brócolis, couve ou couve de Bruxelas são todas a mesma espécie, só que, através do processo de domesticação, que nada mais é que um cruzamento e a seleção de um caractere que criou diferentes variedades de verdura”, ressalta.

Essa manipulação genética, destaca o docente, pode ser feita de formas tradicionais ou de formas mais avançadas, como a transgenia. “Contudo, aquilo que a gente sabe hoje em dia, conhecimento adquirido através de 20 anos de estudos e de pesquisa no campo, é que os transgênicos, não são problemas para saúde humana. Quem sabe, existe muito mais problemas ligados a como as pessoas produzem os alimentos, inseticidas, pesticidas e herbicidas, que são colocados para ter alto rendimento”, conta o docente. Em face aqueles que são os desafios futuros, como uma população que cresce continuamente e a mudança climática, o professor Linhares explica, que a gente não pode mais ficar com medo dos transgênicos, porque através dos transgênicos poderá ascender um potencial genético e criar variedades que permitam ser resistentes as inundações ou que aproveitem melhor os nutrientes que são colocados. Que isso entre dentro de uma sustentabilidade maior.

Segundo o pesquisador, o debate dos transgênicos foram criados sobre o medo que não tem nada a ver com a realidade. A maioria dos transgênicos são feitos por pesquisadores independentes governamentais, pagos pelo governo de todos os países do mundo para fazer um trabalho social.

O terceiro pesquisador a falar, foi o professor do Cena/USP, Thiago de Araújo Mastrangelo, responsável pelo Laboratório de Irradiação de Alimentos e de Entomologia. Ele apresentou tema: Sexo como arma contra os insetos - método de controle que utiliza machos estéreis ou machos transgênicos para controlar pestes, pragas de importância econômica de saúde pública.

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