Sexta, 18 Março 2022 14:02

Brazilian Journal of Oral Sciences e sua entrada na Scielo: a importância da SciELO para a divulgação científica brasileira

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Neste mês o periódico Brazilian Journal of Oral Sciences (BJOS) teve anunciada a sua inserção no quadro da Scielo. A notícia foi entusiasticamente recebida pelo corpo editorial da revista e compartilhamos aqui as razões para tamanha euforia.

A SciELO (Scientific Eletronic Library Online), foi criada originalmente em 1998 com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da comunicação científica, uma vez que provê o acesso aberto a todo o seu acervo. Extremamente dispendiosa para estudiosos e bibliotecas – os artigos científicos resultantes de pesquisas não eram acessados livremente, restringindo a propagação do conhecimento. Empresas privadas e editoras científicas tornaram o compartilhamento de informações mais devagar e menos eficiente em função do chamado "pay-wall", como é conhecido o acesso aos artigos somente após o pagamento de uma taxa.

O Acesso Aberto ou Open Access, sistema adotado pela Scielo, permitiu aumentar o número de artigos publicados por pesquisadores brasileiros. Do ano de 1999 à 2018, houve um aumento de 446% no número de publicações de pesquisadores brasileiros. Considerando que no momento de sua criação, apenas 10 periódicos editados nacionalmente estavam indexados na plataforma, que hoje já conta com mais de 1200 periódicos (quase 40% dos periódicos nacionais indexados) de 16 países, sendo o Brasil, outros 14 latino-americanos e 1 sul-africano, assim verificando-se sua importância. Promovendo o aperfeiçoamento dos periódicos por três linhas de ação a profissionalização, a internacionalização e a sustentabilidade , permitindo o compartilhamento de forma gratuita, o que, através de análises bibliométricas e bibliográficas, contribui com a divulgação da ciência brasileira.

Mas o que isso significa para a pesquisa brasileira e consequentemente a BJOS? Atualmente, a SciELO é responsável pela crescente visibilidade e qualidade dos artigos na América Latina, ainda que 90% de seus periódicos apresentem fator de impacto menor que a média de suas contrapartes "internacionais". Agora o desafio da SciELO é adentrar o campo de visualização e interesse internacional, para que as pesquisas divulgadas em sua base possam contribuir globalmente. Para mitigar esse cenário, a comunidade acadêmica deve focar na qualidade individual de cada artigo citado, gerando espaço para o crescimento de revistas menores e locais.

Contudo, é importante que se estabeleçam indicadores de impacto nacionais para verificar se a pesquisa brasileira contribui para os próprios brasileiros, gerando impacto à comunidade científica. Nesse aspecto, a SciELO contribui verdadeiramente com a sociedade, abrindo as portas da academia através do acesso livre a todos seus membros. Afinal, a ciência não deve existir apenas para cientistas – e há 24 anos a SciELO tem sido fundamental para essa comunicação com a sociedade.