A Área de Cariologia, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, recebeu a visita da professora Fernanda Petersen, da University of Oslo (UiO), e Dr. Ulf Dahle, diretor e líder do Centro de Resistência a Antimicrobianos do Instituto Norueguês de Saúde Pública. Eles vieram a convite do professor Pedro Ricomini, da área de Bioquímica. A pesquisadora é líder do projeto RESISFORCE, um consórcio norueguês-indiano-brasileiro-canadense-americano, juntamente com o projeto NORSE, coordenado pelo Dr. Ulf Dahle. A participação do grupo brasileiro no projeto RESISFORCE é liderada pelo professor Ricomini, contando também com os outros docentes da área de Cariologia da FOP-UNICAMP, além de discentes.
Durante as duas semanas em que esteve na FOP, Petersen realizou apresentações e participou de atividades na área de Bioquímica. O principal tópico abordado pela pesquisadora foi a resistência a antimicrobianos, um assunto bastante atual e que aborda a necessidade de melhorar a forma com que os antibióticos e antimicrobianos são utilizados. A professora Fernanda reforçou que estes compostos não devem ser usados indiscriminadamente para que não haja desenvolvimento de resistência. Existe uma falência na descoberta de novos antibióticos, destaca a pesquisadora, e acrescenta que mais pessoas morreram em 2019 em decorrência da resistência a antibióticos do que por COVID em 2020. Nesse contexto, o Dr. Ulf Dahle, diretor do Centro de Resistência a Antimicrobianos do Instituto Norueguês de Saúde Pública, também ressaltou a importância desse problema e compartilhou uma experiência bem-sucedida. Segundo o Dr. Dahle, a Noruega implantou um plano de ação com o objetivo de reduzir o uso de antibióticos em 30% entre 2015 e 2020. Atingindo a meta, sem qualquer aumento nas taxas de mortalidade, esse exemplo demonstra que é possível tomar medidas efetivas para reduzir o uso indiscriminado de antibióticos e, ao mesmo tempo, preservar a eficácia desses medicamentos. Estima-se que atualmente morrem 5 milhões de pessoas direta ou indiretamente devido à resistência a antimicrobianos por ano e esse número aumentará muito até 2050.