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Alunos do curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp estiveram no Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (HFC), entre os dias 13 e 17, orientando pacientes portadores de deficiência renal crônica sobre a importância dos cuidados bucais. O grupo, formado por dezoito alunos de graduação, quatro de pós-graduação e seis do Programa de Iniciação Científica Júnior (Pic-Jr), sob a coordenação da professora Dagmar de Paula Queluz, participou do “Projeto de Prevenção e Qualidade de Vida” do Centro Integrado de Urologia e Nefrologia do HFC, coordenado pela cirurgiã-dentista Raquel Cristina de Oliveira Kobaiach. Na oportunidade, cada aluno conversou particularmente com um paciente, entendendo um pouco mais sobre nefrologia, hemodiálise, entre outros assuntos. Eles tiveram a oportunidade de verificar na prática o que aprendem na teoria.

O projeto é desenvolvido tendo como base o tripé: comunidade, colaboradores do HFC e pacientes do Centro de Nefrologia. Visa possibilitar aos pacientes em hemodiálise o desenvolvimento e conscientização sobre a importância de resgatar a qualidade de vida, visando à auto-estima, autocuidado, autoconfiança, contribuindo com a prática de hábitos saudáveis.

Este tipo de atividade é importante, pois possibilita ao aluno ampliar e enriquecer sua formação, acrescentando conteúdos de diversas áreas do conhecimento, experiências, oportunidades para desenvolver novas habilidades e convivência entre alunos e com profissionais de outras áreas (multiprofissionais).

Dagmar explica que dieta balanceada e exercícios moderados são algumas das preocupações. Muito se investiga sobre o impacto de doenças periodontais em outras partes do corpo. Outras pesquisas já comprovaram sua relação com a osteoporose, doenças cardíacas, renais crônicas e circulatórias. A periodontite é mais comum em adultos acima de 35 anos. Seus sintomas mais freqüentes são mau hálito, sangramento, eliminação de pus e dor. A má higiene bucal leva ao acúmulo de bactérias sobre resíduos alimentares, formando placas de tártaro e desencadeando um processo inflamatório na gengiva, que fica avermelhada e inchada.

Conforme as bactérias proliferam, a inflamação se agrava, provocando a necrose (morte) dos tecidos. A perda do dente ocorre em função da destruição das fibras que o ligam ao osso e devido à deterioração do mesmo pela ação das toxinas bacterianas. “Todos somos colonizados por bactérias potencialmente patogênicas. O problema é quando temos uma queda na imunidade e elas evoluem em grande velocidade e sem controle”, explica a professora Dagmar.

Atualmente, o Hospital atende cerca de 150 pacientes, que freqüentam o local três vezes por semana. No ano passado o foco do projeto foram os funcionários e colaboradores do hospital. Neste ano, além da prevenção bucal, foi trabalhada a auto-estima dos pacientes, por meio de corte de cabelo e manicure.

Raquel defende a importância da introdução de um cirurgião-dentista no setor para trabalhar a prevenção e orientação constantemente. “São pacientes imunodeprimidos, ou seja, tem baixa resistência, fazem hemodiálise, alguns estão na fila de transplante, muitos são diabéticos e já tem outros comprometimentos sistêmicos. Por isso não podem ter infecção bucal. “O ideal seria que a condição bucal deles estivesse em ordem”, esclarece a cirurgiã-dentista. Segundo ela, o próximo projeto será fazer um levantamento epidemiológico para avaliar a real necessidade desses pacientes.

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