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Estudos revelaram que células normais denominadas miofibroblastos, localizadas em volta de tumores de boca , produzem proteínas que favorecem no processo de invasão e proliferação da célula tumoral e também ajudam no crescimento do tumor. Estas células (miofibroblastos) desempenham um papel importante na reparação de feridas e em processos patológicos, incluindo fibroses e cânceres.

O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp e ganhou o principal prêmio no mais importante congresso de odontologia do Brasil, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), realizada recentemente na cidade de Águas de Lindóia. A pesquisa teve orientação do professor Ricardo Della Coletta, da área de Patologia, e é fruto da tese de doutorado da cirurgiã dentista Lays Martin Sobral.

Um estudo prévio a esse, desenvolvido pela aluna Michele Kellermann, verificou a presença dessas células em volta dos tumores. “Ela descobriu que os tumores que apresentavam características mais agressivas tinha maior presença dessas células (miofibroblastos) em volta do tumor. Nosso objetivo foi entender por que essa célula torna o câncer mais agressivo, como estaria influenciando e por que quanto mais dessas células em volta do tumor mais severa a lesão, explica Lays.

Com amostras de câncer de boca de pacientes do Orocentro da FOP, área especializada em lesões bucais, referência para aproximadamente cem cidades da região de Piracicaba, foram estabelecidas algumas linhagens em cultura de célula e isoladas as células do estroma que fica em volta do tumor (fibroblastos e miofibroblastos). O próximo passo foi avaliar o que ela estaria interferindo na proliferação e na invasão das células tumorais (malignas). Por meio de ensaios, utilizando animais de laboratório, camundongos, foi possível ratificar que a presença dos miofibroblasto ao redor das células tumorais, induzia a formação de tumores maiores nestes animais.

Todos os testes foram realizados no laboratório de biologia celular e molecular da área de Patologia. O estudo teve duração de três anos e meio e contou com apoio da agência de fomento FAPESP. Lays se orgulha pelo reconhecimento do trabalho. “O diferencial é que o estudo foi realizado inteiramente no Brasil, fato que gera algumas difilcudades. Se parte do estudo fosse desenvolvido fora do país, certamente seria mais fácil”, conta a pesquisadora.

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