A tese de doutorado da cirurgiã-dentista Luana Fischer, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese 2009, na área de odontologia. A solenidade de entrega acontece no dia 7 de dezembro no edifício sede da Capes em Brasília. Os agraciados com o prêmio recebem bolsa de pós-doutorado nacional de um ano. O prêmio seleciona em cada área o que os organizadores consideram a melhor tese. No ano passado, um trabalho da FOP foi o vencedor do Grande Prêmio Capes.
A professora Claudia Herrera Tambéli, orientadora da tese, falou da importância do prêmio para a FOP. “O prêmio valoriza o trabalho realizado pela Faculdade. Essa pesquisa foi inteiramente realizada aqui no laboratório de dor e todos que participaram do trabalho pertencem ao grupo”, destacou a docente. A FOP tem o privilegio de ter o programa de odontologia considerado o melhor de pós-graduação, com conceito 7 da Capes, a qual pertence essa tese. O reconhecimnto do trabalho é bom para o programa e auxilia na manutenção do conceito.
“A conquista desse prêmio não significa somente reconhecimento por um longo
trabalho realizado com muita dedicação e especialmente com muita paixão,
mas também o reconhecimento de que a pesquisa na área de Dor precisa ser
cada vez mais estimulada”, comenta Luana Fischer.
A pesquisa, publicada em cinco revistas de nível internacional, na área de odontologia, e citada várias vezes na literatura, revela que os hormônios sexuais femininos, assim como a testosterona, diminui a dor na Articulação Temporo Mandibular (ATM).
Já era conhecido na literatura que existia, no ponto de vista clinico e dados epidemiológicos, uma referência com relação à prevalência e a intensidade de dor entre os sexos. No caso da ATM já havia sido demonstrado que o número de mulheres que sofria dessa patologia era quase o dobro em relação aos homens. Com base nesses dados, Luana e Tambéli resolveram estudar quais fatores poderiam estar envolvidos nessa maior prevalência e intensidade de dor na ATM no sexo feminino. Todos os trabalhos realizados no laboratório são voltados para esse assunto.
“Demonstramos que a presença do hormônio sexual masculino, que é a testosterona, protege os homens de vir a desenvolver a dor na ATM”, esclarece Tambéli, e acrescenta, que o sexo feminino também tem esse hormônio, mas a quantidade e a concentração plasmática é muito menor. A pesquisa mostra que a dor na ATM na mulher varia de acordo com a fase do ciclo menstrual. Na fase em que a concentração plasmática é maior, a dor na ATM é menor. Já na fase em que a concentração plasmática desses hormônios sexuais é mais baixa a dor na ATM é maior.