Atualmente, a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp abriga dezesseis alunos estrangeiros nos programas de pós-graduação, sendo, a maioria deles, oriundos de países da América Latina, como Peru, México e Chile. Também há alunos da África, Angola e Cabo Verde. A forma de ingresso nos programas se dá por meio do convênio Programa Estudante – Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG) da Capes/CNPq ou concorrem em pé de igualdade com os estudantes brasileiros. A unidade conta com uma estrutura, tanto física quanto acadêmica, sólida e tem organizado seu conteúdo visando criar melhores condições para receber um número maior desses alunos.
De acordo com a coordenadora dos programas de Pós-graduação, Renata Cunha Matheus Rodrigues Garcia, é grande a procura desses alunos pelos cursos e esse interesse tem aumentado paulatinamente. A instituição, muito embora mantenha status internacional, tem se adequado para ampliar a capacidade de internacionalização.
“Existe um grande interesse do Governo Federal na internacionalização da Pós-Graduação, assim como as Universidades. Segundo a coordenadora, enquanto nos países desenvolvidos o número de estudantes estrangeiros ultrapassa 70%, nas universidades brasileiras o número máximo está em torno de 10%. A internacionalização é importante, pois consolida o estabelecimento de programas que visam acordos entre as universidades brasileiras e estrangeiras, estimulando o acúmulo de conhecimento por alunos brasileiros que estudam no exterior e vice-versa. Isto proporciona uma troca de conhecimentos que enriquece as Instituições, atraindo pesquisadores de fora e possibilitando o desenvolvimento de pesquisa de alta qualidade, analisa a professora Renata.
O coordenador do programa de Estomatopatologia, Ricardo Della Coletta, disse que o governo brasileiro tem incentivado, por meio dos órgãos de fomento, esse tipo de intercâmbio. A visibilidade que a FOP adquiriu nos últimos anos, fez com que passassem a enxergar a Faculdade como uma opção. Até então, a procura se dava apenas por instituições européias e dos Estados Unidos. Hoje, a qualidade do ensino e pesquisa da FOP se assemelha a dos grandes centros de pesquisa do mundo. “Esse tipo de intercâmbio é relevante para nós, dado ao fato de que levam a nome da FOP e implementam a filosofia de nosso trabalho”, conta. A maioria dos alunos, quando voltam para seu país de origem, se inserem facilmente no mercado de trabalho, conta. Alunos estrangeiros no curso de pós-graduação da FOP têm uma representatividade de cerca de 2%. O Programa de Estomatopatologia tem 15% dos seus alunos de origem estrangeira. A procura é muito intensa e limitada à existência de bolsas de estudo, esclarece o professor Ricardo.
A peruana Alicia Rumayor Piña, matriculada no programa de estomatopatologia, disse que o reconhecimento internacional e o fato do programa ser composto de disciplinas teóricas e práticas foram fatores determinantes para escolher essa faculdade para realizar o mestrado. Aliado a isso, a instituição foi recomendada por vários alunos do México, que também estudaram na área, além de professores da Guatemala, local onde também se especializou.
“Estudar fora do meu país é importante, porque no México não há cursos de mestrado, apenas de especialização. Na área de odontologia é ainda mais difícil encontrar cursos de capacitação”, conta Alicia, orientada do professor Oslei Paes de Almeida. Em breve, segundo ela, o curso de mestrado na área de odontologia passará a ser oferecido em seu país. Assim que concluir o mestrado, ela pretende voltar e trabalhar como pesquisadora. No Brasil desde janeiro, Alicia se mantém com recurso próprio. A partir de agora, passa a contar com auxílio oferecido pelo Programa de Excelência Acadêmica (PROEX) da CAPES, que é oferecido ao Programa de Pós-Graduação.