A Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp recebeu recentemente um Microscópio Eletrônico de Transmissão para desenvolvimento de pesquisa nas áreas biológicas e biomateriais. O equipamento foi adquirido com aprovação do Projeto “Aquisição de Microscópio Eletrônico de Transmissão para pesquisa nas áreas biológicas e biomateriais” coordenado pelo professor Pedro Duarte Novaes e equipe atendendo ao Edital Pró-Equipamentos Institucional da CAPES, com custo estimado de $ 450.000,00. Esse programa CAPES apoia a aquisição de equipamentos de uso compartilhado e é destinado a estrutura de pesquisa dos programas de Pós-Graduação. Esse projeto teve também apoio financeiro da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário – PRDU e Pró-Reitoria de Pós-Graduação – PRPG com muito empenho do professor Euclides de Mesquita Neto para que nossa solicitação fosse atendida.
A aquisição desse equipamento além de contemplar a necessidade de substituição do antigo equipamento que funcionou por quase 40 anos, contempla também a perspectiva do uso de tecnologia de ponta nas pesquisas. Para a instalação desse equipamento, a FOP também contribuiu com apoio financeiro do Programa de Manutenção Predial – PMP e apoio da FAEPEX por intermédio de projeto para infraestrutura também coordenado pelo Prof. Pedro para reforma das salas onde será instalado o novo microscópio. A aquisição do aparelho também contou com apoio da Coordenadoria de Pós-Graduação da FOP presidida pela professora Renata Cunha Matheus Rodrigues Garcia, bem como a participação de vários professores da FOP que agregaram subprojetos ao projeto principal.
O microscópio vai compor o novo Centro de Microscopia e Imagens da Unidade, informa o professor Pedro Duarte Novaes. “É importante ressaltar que o Microscópio Eletrônico de Transmissão, que acabou de ser adquirido, completa nosso Centro de Microscopia, será de uso compartilhado e contemplará os diversos programas de pós-graduação da FOP, uma vez que pode ser utilizado em várias linhas de pesquisa dos programas, tanto em estudos biológicos quanto em materiais”, conta.
Embora os usuários contem com o apoio dos biólogos Eliene Aparecida Narvaes e Adriano Martins, o equipamento é de fácil manuseio, mais potente, de alto contraste e oferece a possibilidade de acoplar, a ele outros acessórios, como por exemplo, um sistema de tomografia.
Agora não será mais necessário o deslocamento dos docentes e alunos de pós-graduação para outros centros facilitando o andamento das pesquisas, e ao mesmo tempo, possibilitando a vinda de pesquisadores de outras instituições ou centros de pesquisa para compartilhar o uso do equipamento gerando parcerias que possibilitam uma discussão mais aprimorada e senso crítico dos projetos de pesquisa com conseqüente publicações em periódicos mais qualificados (maior índice de impacto), além de maior número de publicações científicas, observa Novaes.
Segundo o docente, a aquisição do microscópio, certamente contribuirá para o crescimento deste centro de pesquisa, por se tratar de uma ferramenta útil para o desenvolvimento de pesquisas em áreas básicas (Biologia Celular, Patologia, Microbiologia, Fisiologia e Morfologia) e áreas clínicas e pré-clinicas (Materiais Dentários, Dentística, Endodontia, Periodontia, Radiologia e Cirurgia). A aquisição do microscópio eletrônico de transmissão, certamente otimizará o desenvolvimento de linhas de pesquisa já existentes, e estimulará a implementação de novas linhas por pesquisadores que já possuem conhecimento desse aparelho.
Ele acrescenta ainda que sua contribuição será no sentido de elucidar vários questionamentos como a dinâmica de algumas moléculas relacionadas com o metabolismo do ligamento periodontal e erupção dental, por intermédio da marcação com ouro coloidal (imunocitoquímica), estudar a ultraestrutura de matriz orgânica, como a matriz do esmalte dentário, analisar a orientação de células do ligamento periodontal em microfibras de resina linearmente orientadas para entender se a orientação altera o fenótipo, e também alterações ultraestruturais em ameloblastos secretores em animais expostos ao chumbo que é um metal tóxico contaminante do meio ambiente gerando um problema de saúde pública. Contribuirá também em estudos dos efeitos colaterais desencadeados pelo consumo de esteróides anabólicos androgênicos (EAA), em altas doses e por tempo prolongado, que é um tema relevante e atual, em estudos clínicos e experimentais.
Outra contribuição do microscópio, destacada pelo docente, será na área de materiais dentários, hoje muito estudada devido ao desenvolvimento de novos compósitos de resina para restauração. “Neste aspecto, o equipamento será útil para analisar união destas resinas nos tecidos dentais, permitindo observar não só o comportamento da região da união resina/dente, mas também o comportamento das fibrilas colágenas envolvidas ou não pelo material. O resultado dessas informações terá influência significativa no desenvolvimento de novos agentes adesivos e compósitos restauradores à base de polímeros, revela Novaes.