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“Não adianta apenas disponibilizar os dados de uma pesquisa, torná-los público. Só isso, hoje, não é mais suficiente”, disse a Coordenadora dos Programas de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, professora Cínthia Pereira Machado Tabchoury, no “I Seminário Interdisciplinar sobre Pesquisa e Pós-Graduação”, realizado no dia 10 de agosto, no Teatro Unimep. O evento foi organizado pela Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq/USP, Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA/USP e Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas – FOP/UNICAMP.

Até algum tempo atrás se imaginava que os dados de uma pesquisa deveriam ser tornados públicos, por meio de congresso e publicações. Atualmente, além disso, é necessário gerar benefícios econômicos e sociais e uma das formas de gerar esse benefício é a partir da relação universidade/empresa, para que a empresa torne a pesquisa um produto, um material novo, explica a professora Cínthia. Contudo, salienta, essa interação com a empresa não é um processo fácil. “É necessário buscar parceiros, pensar como o seu produto pode se tornar viável para que a empresa o produza”, conta. A FOP participou do evento com apresentação de dez trabalhos oriundos de todos os programas, os quais têm potencial de serem absorvidos por uma empresa. Estes painéis apresentados por alunos e egressos da FOP estão expostos em frente à CPG, para toda a comunidade.

O ideal é que a instituição dê suporte para que a pesquisa se torne um produto, para que possa ter essa interação, que os pesquisadores chamam de academia/indústria, que é um aspecto importante para inovação. O Brasil ainda é muito tímido nesse processo e a FOP precisa se aproximar dessa realidade, mas há algumas pesquisas que já tem essa interação. É uma questão de acelerar esse processo. “Na FOP existem pesquisas que ainda não foram descobertas pelas empresas e indústrias”, avalia a coordenadora.

“Muitos alunos que vieram apresentar trabalhos vão olhar para a sua pesquisa de uma forma diferente. Por outro lado, a CPG, a Diretoria da FOP e a Unicamp devem estimular essa parceria universidade/empresa. É importante ousarmos em ciência. Tentar algo novo”, finaliza.

Para a professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Coordenadora de Pesquisa de Pós-Graduação da Reitoria da Unimep, Renata Barrichelo Cunha, essa iniciativa de colaboração entre FOP, Unimep, Esalq e o CENA, além de estreitar os laços de colaboração e amizade, já se revela uma grande oportunidade pra discutir os grandes temas, os problemas, as potencialidades da pesquisa e pós-graduação. No caso do tema específico do seminário, a relação universidade/empresa é vista numa perspectiva interdisciplinar.

“As instituições trabalham isoladamente, via de regra, e quando a gente tem oportunidade de alimentar essa interlocução ganhamos na própria compreensão do que nos propomos discutir”, conta a professora Cunha.

O evento contou com 560 inscritos para participação, teve um número bastante expressivo de docentes e de alunos, além de representantes de empresas, de professores e estudantes de muitas outras instituições de ensino e de pesquisa.

O evento ainda contou com uma sessão de pôsteres de resultados de parcerias tanto de pesquisa, com a colaboração das empresas para todos os programas de pós-graduação e educação. Foram expostos 45 pôsteres, que acabam se constituindo de uma oportunidade de fomentar a discussão sobre os problemas, as soluções dessa relação, explica a docente.

“É o primeiro seminário. A escolha do tema, Ciência e Inovação – relação universidade empresa – responde a necessidade que temos de discutir o novo marco legal de ciência e tecnologia em 2016 e já começamos a trabalhar no segundo simpósio fazendo a consulta à comunidade de outro tema de destaque e de relevância”, destacou.

Pesquisa – O estudo desenvolvido pela doutoranda Yuli Andrea Lopes, que tem potencial para ser utilizado nas ciências forenses, foi um dos trabalhos apresentados pela FOP. A pesquisa ajuda na diferenciação de diferentes morfologias aplicadas nos ferimentos ocasionados por projéteis de arma de fogo. Foram avaliados três projéteis de arma de fogo: 9 mm, ponto 40 e ponto 380. Para Yuli, a pesquisa é muito útil, uma vez que inviabiliza a necessidade de realizar os testes em seres humanos. Tudo pode ser feito computacionalmente. Uma simulação é realizada de como o projetil entra no crânio. “Estudamos como ficam os ferimentos de cada projétil. A ideia é, a longo prazo, fazer estudos com projéteis em diferentes crânios para conseguir ver se tem uma morfologia diferente entre eles, distância, angulações e, com isso, contribuir com a criação de mais um método de avaliação para peritos em balística forense”, explica.

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