Raniel Ramos e Silva, estudante indígena da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, participou do Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), realizado entre os dias 5 e 8 de agosto, em Manaus (AM). Seu estudo foi orientado pelo professor Marcelo de Castro Meneghin, da área de Odontologia Social.
O ENEI reúne estudantes indígenas de todo o país para promover debates sobre a presença indígena na Educação Superior. O evento se configura como um espaço de troca de experiências, discussão de pesquisas e produções acadêmicas a partir de perspectivas intercientíficas, possibilitando uma visão ampla sobre a realidade da educação universitária para os povos indígenas, incluindo avanços e desafios.
Durante o encontro, Raniel apresentou uma revisão de literatura que aborda as dificuldades enfrentadas por estudantes indígenas na permanência na universidade. “O estudo mostrou que, apesar do acesso à universidade estar mais acessível, a permanência continua sendo um grande problema. As instituições precisam oferecer mais apoio psicológico, financeiro e pedagógico”, ressaltou. Segundo ele, é necessário investir em medidas que tornem o ambiente universitário mais acolhedor para esses estudantes.
Raniel é do povo Kambéba, originário do Alto Solimões, próximo a Tabatinga, no Amazonas.
A Unicamp implementou um ano curricular extra, chamado ProFIIVI (Programa Formativo Intercultural para Ingressantes pelo Vestibular Indígena), para estudantes indígenas aprovados no vestibular a partir de 2025. Este ano extra, com disciplinas formativas, visa reduzir a evasão durante o curso, sendo obrigatório para todos os alunos aprovados pelo vestibular indígena.
O ProFIIVI é composto por disciplinas gerais e específicas, adaptadas às necessidades de cada curso, e incluirá apoio de uma comissão de graduação para acompanhar o desempenho acadêmico dos estudantes. Após a conclusão do ProFIIVI, os alunos iniciarão os cursos para os quais foram convocados.
