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Análise da fluoretação das águas no  Estado de São Paulo, realizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, em parceria com o Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo (CROSP) e o Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (CECOL/USP), indica que cerca de 30% das amostras estão inadequadas. O resultado do levantamento foi divulgado na manhã de terça-feira (11), na sede do Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo (CROSP).

 É o mais amplo levantamento sobre a qualidade da fluoretação da água feito em todo o mundo.O estudo analisou as águas de mais de 98% dos 645 municípios de São Paulo, e concluiu que 30% estão com níveis inadequados de flúor, ou seja, três em cada dez amostras coletadas não atendem ao parâmetro de obtenção do máximo de benefício anticárie com o mínimo de risco de fluorose dentária.

 O professor Jaime Aparecido Cury, responsável pelo laboratório de Bioquímica, onde foram realizadas as analises, disse que a escolha da FOP para realização do trabalho se deve a credibilidade, reconhecimento nacional e internacional, qualidade e quantidade de pesquisas realizadas na área. O Laboratório desenvolve pesquisas com flúor desde 1980.

 O CROSP participa da iniciativa com o envolvimento direto de cerca de 50 fiscais que, criteriosamente, identificaram, em quase um ano de trabalho, as localidades, suas fontes de abastecimento e os pontos para a então coleta de materiais. O CECOL/USP responde pela metodologia empregada. A FOP/UNICAMP, pelas análises laboratoriais.

 A fluoretação da água de São Paulo tem preocupação maior com perda do benefício anticárie que com o risco de fluorose dental, disse o pesquisador. Foram feitas três coletas durante 3 meses seguidos em 4 pontos de coletas.

 Na análise, pelo padrão SS-250, 71,5% das amostras de água estão adequadas, 14,5% estão abaixo da concentração recomendada e 14% estão acima. Quando as águas com concentração abaixo do ótimo são analisadas pelo referencial do CECOL/USP em termos de benefício/risco, 4,9% foram classificadas como mínimo/baixo e 9,2% como insignificante/insignificante. Logo, 9,2% das amostras de água não conferem proteção à cárie, quer seja para crianças como para adultos. Por outro lado, quando as amostras com teor de flúor acima do nível recomendado são analisadas em termos do binômio benefício/risco, 11,9% delas foram classificadas como máximo/moderada, 1,8% como questionável/alto e 1,1% como malefício/muito alto. Assim, 1,1% das amostras de água são consideradas de alto risco em termos de provocar uma fluorose dental esteticamente comprometedora se ingeridas regularmente por crianças durante a formação dos dentes. Nesse 1,1% de amostras de águas foram encontradas concentrações de íon flúor acima de 1,5 ppm, o valor máximo permitido (VMP) pelo Ministério da Saúde.

 De acordo com o professor Cury, as cidades de Altinópolis, Analândia, Areias, Esperança do Sul, Guatapará, Ipeuna, Lavínia, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Piquete, Pirajuí, Rio das Pedras e Suzanópolis não possuem flúor na água para que a população tenha benefício antcárie. Em contrapartida, explica o docente, a população das cidades de Cesário Lange e Pereiras está sob risco muito alto de fluorose dental.

 Problemas de irregularidade da fluoretação em alguns pontos de coleta de algumas cidades e em alguns tempos também foram encontrados e serão objeto de análise posterior.

 A alta qualidade da fluoretação da água não foi privilégio de cidades de grande porte como São Paulo, Campinas e Sorocaba, porque o mesmo foi observado em muitas de menor porte, como Adolfo, Bady Bassit, Cachoeira Paulista, Dourado, Elias Fausto, Fartura, Gastão Vidigal, Hortolândia, Iacri, Jaboticabal, Laranjal Paulista, Macatuba, Nazaré Paulista, Oleo, Pacaembu, Quatá, Regente Feijó, Salesópolis, Taboão da Serra, Ubirajara, Vargem e outras, revela o pesquisador.

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