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Vinicius Rabelo Torregrossa

Instituído desde 2002, o Bayer Hemophilia Awards Program (BHAP) financia pesquisas voltadas para a melhoria da qualidade de vida de pacientes portadores de coagulopatias hereditárias, especialmente na área de hemofilia. O programa de financiamento possui cinco categorias diferentes, e já premiou 271 projetos de pesquisa distribuídos por 32 países pelo globo.

Com o trabalho intitulado “Local vs systemic use of tranexamic acid in patients with bleeding disorders undergoing oral surgery”, estudo desenvolvido pelo aluno de doutorado Vinicius Rabelo Torregrossa e coordenado pela Profa. Dra. Maria Elvira Pizzigatti Correa, ambos pertencentes ao Programa de Pós-Graduação em Estomatopatologia da FOP-Unicamp, conquistou o prêmio na categoria Caregiver Award, em 2016. Este foi o terceiro prêmio destinado ao Brasil desde a criação do BHAP, o segundo da Dra. Maria Elvira, e o único da área de Odontologia entre os 16 premiados deste ano.

 O projeto de pesquisa premiado é desenvolvido em caráter multicêntrico com o Serviço de Odontologia e Estomatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP). Dessa forma, o estudo permite a integração de protocolos de atendimento e intercâmbio constante entre as equipes responsáveis pelo atendimento aos pacientes hemofílicos do Hemocentro de Campinas/UNICAMP, instituição sede, e da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP/HCFMRP-USP), instituição coparticipante. O projeto ainda conta com a parceria importante da empresa farmacêutica de produtos odontológicos PharmaKIN.

 O estudo tem como objetivo comparar duas vias distintas de administração de um medicamento antifibrinolítico, utilizado como coadjuvante na hemostasia oral após extrações dentárias em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias. Além disso, também tem como objetivo estudar a biodistribuição do medicamento em diferentes fluidos corporais. O estudo será dividido em duas fases: 1. A fase clínica tem como objetivo avaliar e comparar a eficácia do uso tópico de uma formulação em gel bucal bioadesivo do ácido tranexâmico, versus o uso oral (sistêmico) do mesmo medicamento para obtenção da hemostasia oral após extrações dentárias. 2. A fase laboratorial tem como objetivo estudar a presença da molécula do ácido tranexâmico na saliva, no sangue periférico, e no sangue alveolar através de técnicas avançadas de metabolômica por Ressonância Nuclear Magnética.

Os resultados deste estudo poderão beneficiar e/ou facilitar os cuidados após procedimentos invasivos orais em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos associados a eventos hemorrágicos na cavidade oral relacionados a esses procedimentos.

O pós-graduando comenta o significado do prêmio no contexto da área de hemofilia. “A importância deste prêmio vai além da condecoração do trabalho em si. É extremamente motivador e gratificante ver a Odontologia entre um dos 16 trabalhos premiados deste ano pelo BHAP. A busca por novas estratégias de manejo das complicações hemorrágicas relacionadas a procedimentos invasivos orais nos pacientes portadores de coagulopatias hereditárias é de fundamental importância para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos, e para a redução da morbidade relacionada ao atendimento odontológico”.

Segundo a Profa. Elvira, este trabalho é fruto das questões clínicas diárias que implicam na melhora do atendimento odontológico para os pacientes como coagulopatias hereditárias. Ressalta ainda que além de ter um bom projeto, é fundamental ter alunos comprometidos com o projeto, que acreditem e se esforcem para o sucesso do mesmo, como o aluno Vinicius Rabelo Torregrossa tem feito, além de todos os outros alunos que contribuíram para que o estudo chegasse onde chegou. Agradecimento especial para a ex-aluna Raiza Meira Vieira, aos colaboradores do projeto, como o Dr. Leandro Dorigan de Macedo e Dr. Tatiane Cristina Ferrari (Serviço de Estomatologia e Odontologia HCFMRP-USP), Prof. Marcos Rodrigo Alborghetti; Dr. Samuel Medina (Hemocentro de Campinas), à Bruna Alves (mestranda do Programa de Pós-graduação em Estomatopatologia pela FOP), aos profissionais do IHCT “Claudio Luiz Pizzigatti Correa”, mas nada teria sentido, nem seria possível sem os pacientes. Especial agradecimento à PharmaKIN, que  também possibilitou a realização do estudo

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