No mês de novembro, durante aulas da Área de Psicologia Aplicada, na Disciplina Odontologia Social I, os alunos do 6º semestre de Graduação da FOP receberam informações sobre o atendimento odontológico de pacientes que necessitam de cuidados especiais. Dentre estes, tiveram destaque pacientes com deficiência auditiva e visual e com TEA.
O módulo sobre Pacientes Especiais teve início com a presença da cirurgiã-dentista e professora aposentada da Unimar (Universidade de Marília), Dra. Norma Sueli Gonçalves Reche, que é especialista em odontopediatria e em pacientes com necessidades especiais, tendo atuado por 12 anos junto à APAE e 07 anos em curso de atualização sobre pacientes especiais. A Dra Norma, que atendeu esses pacientes por 40 anos, falou sobre as peculiaridades desse atendimento odontológico, bem como sobre a definição e classificação das deficiências e das necessidades especiais.
Para falar sobre a surdez e as barreiras para o atendimento à pessoa surda, estiveram presentes pelo segundo ano consecutivo, a Equipe do ASSUPIRA – Associação de Surdos – Libras Piracicaba: a Profª Drª Beatriz Aparecida dos Reis Turetta, Mestre e doutora em educação com Pós-doutorado em Educação Especial e Primeira secretária da diretoria executiva da Assupira, as instrutoras de LIBRAS Jeocasta Ataídes de Almeida e Daiane Abdia de Souza. Após a aula da Prof Beatriz, as instrutoras surdas contaram sobre as suas experiências odontológicas e as dificuldades em receber tratamento, devido as barreiras de comunicação com o profissional, e ensinaram alguns sinais para os alunos. Além da excelente didática, a Equipe do ASSUPIRA sensibilizou os alunos para a necessidade de apreender a Língua Brasileira de Sinais, a fim de acolher melhor os pacientes surdos.
Neste ano, pela primeira vez, a comunidade cega foi representada pela participação da Equipe da AVISTAR. A pedagoga Mariana Turrioni, a psicóloga Milena Maria Ferreira Borelli e a estudante de Psicologia Alice Yasmin Bune São Miguel falaram sobre as barreias de acesso ao tratamento odontológico enfrentadas pela pessoa cega. Alice, cega desde que nasceu, contou particularidades sobre o uso do Método Braille para comunicação e deu dicas importantes para uma atuação mais adequada do cirurgião-dentista para orientações preventivas da pessoa cega.
A Psicóloga Mestre em Educação Especial, Profª Dafne Pavanelli Fidelis, Diretora do Instituto ABA Care de Ribeirão Preto-SP, participando desde 2019 desta disciplina, falou sobre a importância do emprego de estratégias de manejo do comportamento para conseguir adesão do paciente com TEA não somente ao tratamento odontológico propriamente dito, mas também às práticas de higiene oral em domicílio.
Para concluir o módulo sobe pacientes especiais, os alunos participaram de uma vivência, realizando algumas tarefas na FOP, com o uso de cadeira de rodas, com o intuito de perceber as barreiras arquitetônicas que dificultam a circulação e o acesso a alguns ambientes por um cadeirante.
Estas atividades têm por objetivo estimular o aluno a ter contato com pacientes que necessitam de atenção especial e os encorajar a buscar por mais conhecimentos a respeito do assunto. “A ideia é sensibilizar o aluno para atender esta clientela tão específica e, muitas vezes, tão negligenciada em seus cuidados bucais por falta de conhecimento do profissional”, relatou a Prof Rosana Possobon. A Prof Luciane Guerra acrescentou: “E a negligência também é uma violência. O cirurgião-dentista, por exercer um cuidado que é longitudinal, tem a oportunidade, inclusive de se planejar, de estruturar o atendimento e se informar melhor entre as consultas sobre a especificidade de cada paciente, qualificando, assim, o cuidado”.
As fotos tiradas no dia da aula mostram o interesse e o envolvimento dos alunos com o tema.














